Quando o meu irmão mais novo era pequenino, com um aninho e tal, numa noite estava no nosso quintal a olhar para o céu...e com a sua ingenuidade de bebé...pediu uma cadeirinha á nossa mãe...Ele queria uma cadeirinha para chegar á lua...para tocar na lua...
.
Por vezes penso nisso...lembro-me desse pedido dele...recordo como era ingénuo...como era bebé...e dá-me vontade de chorar...
...e tenho saudades...saudades das águas relativamente calmas em que navegava...
De vez em quando lá vinha uma onda....uma onda que rebentava na praia...mas era uma coisa rápida, com importância relativa... nada de muito grave...
.
Os anos passaram...ingenuidades desaparecem...pessoas foram obrigadas a crescer e mudar...
Ondas e mais ondas...uma rebentação constante...
.
Surje um raio de sol...e as marés acalmam...mas...até quando?
Palpita-me que se aproxima um maremoto....
.
Até lá...vou seguindo a ondulação no meu barquinho...depois logo se vê....
Tenho saudades...muitas...dos tempos de ingenuidade...da ingenuidade do meu maninho...e mais longinquamente...da minha própria ingenuidade...
.
Quem me dera voltar á barriga da minha mãe...ou á incubadora onde estive quando nasci...voltar aos tempos em que não tinha sequer consciência da minha existência...
Mas até a consciência que hoje tenho...é relativa...tudo é relativo...
.
O meu mano queria uma cadeirinha para chegar á lua...
...era bom que a vida fosse assim tão fácil...
.
Recordo...e tenho saudades...
3 comentários:
OH que lindo... Mas nós podemos todos tocar na lua... com os nossos sonhos... podemos falar com ela e tudo... ela costuma responder, pelo menos a mim, acalma-me muitas vezes, porque ela mantem a ingenuidade que tinhamos quando eramos mais pequenos. Nela encontrei a minha companhia nas noites em que estou sozinho. E a ela desejo sempre boa noite!
=D a Lua costuma ser o candeeiro que tenho no meu quarto. Nunca acendo outra luz a não ser a dela. E tenho sempre umas estrelinhas ao meu lado a brilharem também. ´
Tuuu, tuu chegarás a Lua e muito mais. Crescer é dificil mas necessário, e cada um faz da melhor forma que sabe. E contado sempre com o apoio dos amigos. DRT moço ***
:) ... A perda da ingenuidade custa sempre. Custa perder e ver perder. Se bem que eu axo que ela nunca se perde totalmente. Precisamos e guardamos sempre um cantinho no nosso coração que sonha, imagina, tem fé em coisas bonitas, tem fé nas relações humanas, sente e acredita. Eu sei que tu não perdeste esse bocadinho ainda puro, sei porque o meu bocadinho ainda puro sente isso em ti, quando falo contigo ou estou contigo. "Só" temos de ser adultos quando se tratam de nuvens mais cinzentas. O resto do dia temos de ouvir e seguir o nosso bocadinho puro. Espero que ele te recorda que existe, muitas vezes ao dia, muitos dias.
Beijoooo
Enviar um comentário